quarta-feira, abril 28, 2010

Alice no País das Maravilhas


Hoje, antes mesmo de irmos assistir determinados filmes, já somos bombardeados com milhares de informações, imagens, teasers, que podem tanto nos deixar mais curiosos para apreciar a película quanto chegar a aborrecer. A atual versão de “Alice no País das Maravilhas” ficou entre essa dicotomia para mim, especialmente chegando a me enjoar do filme antes mesmo de ir conferir nos cinemas.

Mas pior que esse excesso de publicidade em torno de um filme, é a capacidade que muitos hoje tem de formar uma determinada visão fechada em torno da história dele. Ou seja, antes mesmo de me sentar em uma cadeira em frente ao telão, a partir da parte promocional, com o qual já tive contato com a película, já formei todo um encaminhamento da história, do que ela trará, do que tratará e até mesmo qual deve ser o provável final do filme. Pior ainda se já é baseado em produto conhecido.

Foi assim com a maioria das resenhas que pude entrar em contato assim que “Alice no País das Maravilhas” estreiou sexta-feira passada. Ok, normal você formar determinadas espectativas diante de um produto que você já é familiarizado, mas a sensação que tive de muitos textos é de que já tinham todo o seu próprio roteiro na cabeça e ficou frustado com o filme por não atender esse planejamento pessoal.

Antes de tudo, a Alice de Tim Burton é uma visão própria do diretor para a história clássica de Lewis Carroll. A narrativa que conhecemos popularmente é no filme uma série de pesadelos para uma Alice de 19 anos, que perdeu o pai e está sendo forçada a se casar. Nessa situação, ela acaba voltando para o mundo das maravilhas que pensava habitar somente seus sonhos, local este que passa por uma crise por conta do poder autoritário da Rainha Vermelha (Helena Bonham-Carter), que usurpou de sua irmã  Rainha Branca (Anne Hathaway). Os fantásticos habitantes, como o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp), acreditam que a Alice que os visitou tempos atrás possa resolver esse problema por ser capaz de destruir o terrível monstro que a Rainha Vermelha usa para amendontrar a população. A jovem garota que surge seria a mesma garotinha curiosa que passou por ali um dia? Essa Alice vai aceitar a tarefa de heroína?

A história de Tim Burton ganha caminhos bem diferentes dos livros originais, mais para  um filme de aventura do que para a narrativa fantástica e surrealista de Lewis Carroll. A essência dos personagens e o mundo excêntrico e colorido está muito parecido com o original, mas com uma visão distinta na forma de conduzir os acontecimentos e bem simples. E o 3D não fez tem tanto destaque assim no meu ponto de vista, com exceção de poucas cenas, a exemplo da queda de Alice para o País das Maravilhas. De resto, foi muito pouco aproveitado, podendo ter assistido em 2D tranquilamente sem sentir muitas diferenças.

Não foi a melhor adaptação de Alice que pude conferir, e, entre as produções Disney, continuo preferindo a animação, mesmo trazendo uma interessante perspectiva desse mundo maravilhoso de Lewis Carroll. Mudou o cinema? Claro que não. Será um dos melhores filmes do ano? Acredito que não, nem de longe será o pior. Pode não ser a adaptação que ficará para a história, mas para mim já valeu pelo belissímo espetáculo visual do País das Maravilhas. Digno de Tim Burton.

(Na verdade, as resenhas revoltadas ao extremo sobre o filme me incomodaram mais do que a própria película)

PS: O site Último Segundo trouxe uma retrospectiva bem legal das diversas adaptações do clássico de Lewis Carroll. Podem conferir clicando aqui.

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